quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Entrevista com Ana Cristina Martins

1) Como você ingressou no street dance?
Já dava aulas de jazz. Ia bastante a Nova York fazer cursos e lá por 92/93 conheci o estilo nas próprias aulas de jazz. Não existia este nome para as aulas... aos poucos foram surgindo algumas turmas lá fora.

2) Quais seus primeiros professores de street dance?
Frank ( não lembro o sobrenome... dono da Broadway Dance Center em NY) Yoham Zabo, AC Lhum

3) Você conhece os estilos de L.A e N.Y? Existem diferenças entre eles? Quais?
Fiz poucas aulas em L.A. Não via muita diferença na época em que dançava.


4) Você acredita que a prática do street no Brasil sofre a influência dos estilos americanos? Por quê?
Sim, principalmente agora com o estouro do hip-hop no Brasil. Lá fora já é forte faz muito tempo

5) O que caracteriza o seu estilo coreográfico?
Caracterizava um street mais dançado e coreografado em cima da música. Sempre me influenciou muito o estilo da música em que trabalhava, pois sempre achei que a música e a coreografia tem que casar muito bem, se não fica feio.


6) O seu estilo é influenciado pelas práticas de L.A ou N.Y? Como?
Mais o de NY

7) Seu estilo coreográfico sofreu transformações ao longo de sua carreira?
Sim, sempre seguindo as tendências, porém sempre com o estilo próprio do Street Soul

8) Quais as principais influências de professores, coreógrafos, dançarinos no estilo desenvolvido por você atualmente? Não coreografo há muito tempo... infelizmente. Mas sempre me influenciaram muito as músicas e tudo que eu via e aprendia em minhas viagens e cursos.


9) A entrada do street dance nas academias e festivais de dança trouxe alguma mudança para a caracterização do street praticado atualmente no Brasil?
Acredito que sim, principalmente pelo fato de agora ter mais homens dançando nas academias

10) Do ponto de vista evolutivo, você considera que o street no Brasil sofreu mudanças? Quais?
Com certeza. Hoje em dia é muito mais popular do que há 15 anos atrás, época que comecei a dar aulas. Crianças, jovens e adultos praticam street dance e hip hop. Este estilo de dança não é mais visto como uma dança de “rua”, de pessoas de classe baixa, como era antigamente


11) Como você caracteriza o street dance hoje nos vários Estados Brasileiros?
Não estou a par do assunto...

12) Você identifica diferenças de estilo nos vários centros brasileiros? não


13) Existe mudança de estilo próprio relacionado ao modismo? Depende muito do grupo. Alguns seguem tendências, outros, como era o street soul têm o seu próprio estilo, outros surgem apenas por modismo mesmo...


Criei o Street Soul em 93, mas antes já dava aulas de jazz. A necessidade de abrir turmas masculinas ajudou a criar esta nova modalidade a qual chamei de Street Dance não me lembro se em 91 ou 92. Era um sucesso absoluto!!! Dançávamos em vários festivais e campeonatos de dança e ginástica. Com o tempo fomos ficando conhecidos e surgiu a oportunidade de patrocínio da marca Reebok. Tínhamos então, mais um grupo de 12 pessoas que participavam do street soul que se chamava Reebok street Soul. Fazíamos vários desfiles, apresentações, aberturas de eventos, etc. Viajamos pelo Brasil dançando... Fizemos projetos de verão para Skol e MTV e trabalhos para Volvo. Várias propagandas para TV ( entre elas Positivo, Mate Leão, Sulfabril, Ferrucci). Foi muito bom... mas em 97 me casei e quando engravidei no ano seguinte passei a direção do Street soul para uma aluna, Cândida Santiago Monte. Sempre estive ligada na continuação do trabalho deles. Este ano os ajudei a montar um poupourri das “coreôs” antigas e recentes do grupo.